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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

As alegrias de hoje são as doces memórias de amanhã.

Alegrias do dia a dia, de cada movimento de cada sorriso, cada som. Tento captar tudo para não me esquecer, é uma fase que passa muito rápido e que eu querro reter em minha memória e não somente em fotos.
Talvez hoje consiga relatar o meu parto, o tempo é pouco e a minha princesa é quem manda agora cá em casa.
Fui para o hospital com a minha mãe e o meu irmão mais velho.
Entrei no hospital no dia 30 de Julho ás 8:30 como me mandou o meu médico, após mais um ctg lá me levaram pra junto dele, ficou admirado como eu ainda não tinha tido a Diana, e eu respondi-lhe que estava á espera que ele viesse de férias.
Viu-me, introduziu um comprimido e disse que iria ficar internada e tinha que estar umas 2 horas deitada. Passado as 2 horas era eu e outra futura mamã a andarmos de um lado para o outro a ver se ajudava na dilatação, subia até ao 8º andar, descia até ao 2º andar e nada. Nós duas riamo-nos da situação dizendo que estavamos lá pra ficar. O papá chegou ás 14 horas com comidinha pra mim, embora eu tivesse comido o almoço que não sabia a nada, mas pensava tenho que me alimentar pra ter forças e então comi mesmo tudo.
Por volta das 16:30 a Enf. Emília disse-nos que nos ia introduzir outro comprimido ou então colocar a soro, pois já tinha passado o efeito do outro e nada. É a partir daqui que começa a minha verdadeira história.
Ás 16:45 senti uma vontade de fazer chichi, senti que estava muito quente fui logo ao wc, e vejo um líquido amarelo. Saí á procura da minha enfermeira e quando lhe vi toquei no ombro e disse: Olhe está a cair-me um líquido amarelo :). Ao que ela respondeu sorridente: Ai está, caminha.
Lá fui eu, as visitas tiveram que sair e eu só dizia está a cair mais, lá veio a Enf. colocou a mão e disse: Isto é um lago, olhem lá pra isto, a ver se não cai pró chão. Eu só me ria com a situação, sentia mesmo que eu era uma autêntica torneira, e que corria corria águinha.
Colocaram-me o soro e disseram que ia pra sala de partos, levaram-me 2 enf. estudantes. Fui pelo meu próprio pé carregando o soro, ainda tive tempo pra dizer ao pápá pra telefonar avisando que eu ia entrar.
18:10 estava deitada na sala de parto, e as contracções lá vinham, ainda suportáveis eu ia regulando com a respiração.
De vez em quando lá vinha a enf. ver quantos dedos eu tinha de dilatação.
19:00 lá veio o anestesista dar-me a epidural, muito simpático o senhor, nesta altura as dores já se agravavam e perguntei quanto tempo demora a fazer efeito e ele respondeu uns 2 minutos. Fui a última pessoa a ter epidural nesse dia, pois o horário é até ás 20:00.
Depois disto veio o papá para ao pé de mim, ajudou-me a fazer a respiração, molhava-me a testa com as compressas, deu-me muita segurança. O que sinto foi que quando ele entrou na sala, senti um ar fresco, já não estava sozinha.
A minha preocupação era olhar para as horas e pensar o efeito da epidural vai passar. No meio disto tudo lá vinham ver como eu estava e se a dilatação já estava completa.
21:oo salta a faixa do ctg e o papá vai á procura da enf. só que encontrou o nosso médico Drº Aguinaldo. Ele colocou-me a faixa, tranquilizou-me com a sua voz calma, viu-me e disse: Já está, está com os dez dedos de dilatação, está pronta.
E lá foi informar a enf. , que logo de seguida veio, viu-me novamente e disse para eu fazer força enquanto preparavam as coisas. E eu pensei: Força, então e se faço força e elas não estão cá, lá ia fazendo mas era mais quando estavam dentro da sala. Eu só dizia que tinha uma vontade enorme de fazer cócó, e ela respondia então vá fazendo força.
Começou então, fazia força conforme me pediam, só que a minha bébé não estava bem encaixada a encontrar a saída, a cabecinha tinha que dar um certo clique pra encontrar a saida, e a enf. não conseguia voltar. Foram chamar uma doutora, só que ela não podia fazer o parto e lá veio outra muito simpática venuzuelana Drª Lígia. Viu-me e a enf. perguntou faz a Drª ou faço eu, só que a Drª quis fazer. Começaram a preparar as coisas e a máquina da ventosa.
A certa altura disse tenho muita vontade de fazer força e com a ajuda da ventosa lá surgiu a cabeçinha da minha bébé, sei que fiz quase um minuto de força até que voltei pra trás, senti que estava a cabeçinha, mas nisto logo de seguida disse vem ai outra e a Drª disse: Força que agora é que é. Lembro-me de olhar pra barriga e pensar: Vem Diana, vem ter com a mãe. Concentrei-me e fiz toda a força que podia ter sempre olhando para a minha barriga, a certo momento abro um pouco a boca e deixo sair um pouco de ar, ao que a Drª me diz: Faz força, continua.
Senti, senti e foi lindo, senti a cabeçinha, os ombros, a barriga e por fim as perninhas, coloquei a cabeça para trás e pensei: Já está.Eram 21:58.
A primeira coisa que vi foi os pés e depois viraram-na e ali estava a maior maravilha do mundo de olhos bem arregalados a olhar pra nós, colocaram-na sobre mim e foi lindo.
Quando fecho os olhos tenho essa imagem bem guardada na minha memória, uns olhos pretos a que eu chamo agora minha azeitona preta, a olhar pra mim, momentos únicos na nossa vida.
Levaram-na e eu não conseguia tirar os olhos dela, pediram ao pai se queria vesti-la mas ele optou por continuar comigo enquanto tratavam do resto, ele lá continuava com as compressas, as maravilhosas compressas molhadas.
Depois entregaram a Diana nos braços do pai, e eu pude tê-la junto á minha cara e pude beijá-la.
Como já era de noite, tivemos que nos despedir do pai e lá fomos as duas para a sala de recobro.
Uma nova fase da nossa vida estava a iniciar-se.
Amo-te Diana.

1 comentário:

Monografia_Pai disse...

Caro Pai

O meu nome é Gonçalo Coelho, sou aluno do 5º ano do curso de Psicologia (área Clínica) no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em Lisboa. Estou neste momento a terminar a minha monografia de final de curso, cujo tema é "O Pai na gravidez e na paternidade". A supervisão do meu trabalho está a cargo do Mestre Luís Sousa Ribeiro.

Venho por este meio solicitar a sua colaboração num estudo que estou a realizar sobre a experiência de ser pai, mais concretamente, sobre a experiência que o homem vive durante a gravidez e os primeiros meses de vida do(a) filho(a). Sem dúvida que a mãe tem uma relação privilegiada com o bebé, mas a posição do pai não tem vindo a merecer o mesmo destaque na comunidade científica, nem social, sendo muitas vezes esquecida. Como reage durante os acontecimentos próprios da gravidez? Como vive a unidade simbiótica mãe-feto? Que comportamentos são de esperar após o nascimento do(a) filho(a)? A relação com a mulher ficará diferente?....

Assim, a sua participação corresponderá ao preenchimento de 2 simples questionários sobre o assunto já referido (algo que demora entre 5 a 10 min. apenas). Caso o pai esteja interessado em participar, contacte-me através de monografia_pai@hotmail.com dando nota da sua intenção em colaborar. Após receber a sua resposta afirmativa, enviar-lhe-ei os questionários que deverá preencher e reenviar-me depois de preenchidos.
O pai que pretendo incluir na amostra do meu estudo deverá ter um filho com um máximo de 14 meses de idade e estar a viver com a sua mulher. Portanto, pelo que reparei no blog, está dentro das condições que pretendo.

Trata-se de uma área pouco estudada da Psicologia até hoje, pelo que a sua participação será de enorme valor!

Nota: Como estudo científico que é, todos os dados recolhidos são confidenciais e anónimos.


Sem outro assunto, e certo da sua colaboração, desde já lhe agradeço
Gonçalo Coelho


Colabore através do seguinte e-mail - monografia_pai@hotmail.com

P.S. - Muitos Parabéns pelo(a) vosso(a) filho(a)! Felicidades!